Saúde
Materno-Infantil da Santa Casa não fará procedimentos eletivos às sextas-feiras
Profissionais da unidade estão com os salários atrasados; Simers aponta dificuldade em manter a escala médica
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) anunciou a possibilidade de desassistência médica no setor Materno-Infantil da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. Por conta da falta de profissionais suficientes para manter as escalas de atendimento e do atraso de um mês e meio nos salários, os médicos decidiram iniciar um fechamento parcial da unidade às sextas-feiras, começando por esta semana.
A decisão afeta os procedimentos eletivos, o que não interfere na entrada de pacientes de urgência e emergência. Hoje, um paciente está internado na Pediatria da Santa Casa e semanalmente cerca de seis pacientes passam pelo setor. Na Maternidade, os atendimentos são voltados à área obstétrica, com plantão presencial pediátrico e obstétrico 24 horas por dia. A unidade é referência aos municípios vizinhos no atendimento de gestantes de baixo risco. Segundo o diretor de interior do Simers, Fernando Machado, a situação é "uma cascata". Por conta de problemas como de insumos e equipamentos hospitalares, além do atraso nos salários, nos últimos meses dois médicos já fizeram o desligamento do setor.
A situação da infraestrutura hospitalar e o atraso dos pagamentos não são novidades. "Em outros momentos sempre mantivemos a assistência, mas se tornou insustentável manter a escala", afirma Machado. Por conta da saída dos profissionais, a escala de médicos passa por dificuldades para ser mantida e são poucos profissionais para suprir a demanda de quantidade de horas semanais. "A situação afasta os médicos e ninguém quer fazer plantão lá", comenta. O diretor de interior do Simers explica que o número ideal de médicos é entre oito e dez profissionais. Com os recentes desligamentos, o local atende com um número inferior a isso na área materno-infantil.
A situação está em negociação com a direção da Santa Casa. Caso as conversas não avancem, a previsão do Simers é que os dias sem os procedimentos eletivos sejam ampliados para além das sextas-feiras, "até que pare totalmente", frisa o diretor de interior. Em contato com o hospital, a reportagem não obteve um pronunciamento oficial da direção da Santa Casa sobre o risco de desassistência do setor Materno-Infantil.
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